Seminário Corredor Internacional Sul - A importância estratégica
Nesta iniciativa, promovida pela Infraestruturas de Portugal, foi debatida a importância deste Corredor na rede ferroviária nacional e na conexão com Espanha.
Realizou-se ontem o Seminário online “Corredor Internacional Sul – a sua importância estratégica”, onde foi debatida a importância deste Corredor na rede ferroviária nacional e na conexão com Espanha, contribuindo assim para o alargamento da área de influência dos portos marítimos de Sines, Setúbal e Lisboa.
Nesta iniciativa, promovida pela Infraestruturas de Portugal (IP), estiveram presentes Jorge Delgado, secretário de Estado das Infraestruturas, Carlo Secchi, coordenador Europeu do Corredor Atlântico, José Castel-Branco, presidente dos Portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra, Duarte Lynce Faria, administrador dos Portos de Sines e Algarve, Fernando Lima, CEO da Transitex, Álvaro Fonseca, diretor geral da Takargo, António Nabo Martins, presidente executivo da APAT- Associação dos Transitários de Portugal, Carlos Fernandes, vice-presidente da IP e José Carlos Clemente, diretor de Empreendimentos da IP.
Na abertura da sessão, o secretário de Estado das Infraestruturas destacou a importância do investimento no Corredor Internacional Sul (CIS) “com a construção de 90 quilómetros de nova linha que permitirá uma alteração profunda no acesso dos portos da região sul do país à fronteira, reduzindo a distância percorrida em 150 quilómetros, bem como o tempo de viagem”.
Jorge Delgado realçou ainda a importância de uma ligação que vai tornar muito “mais competitiva e atrativa a gestão da circulação de mercadorias, fundamental por questões económicas – com a redução dos custos do transporte -, mas também por questões ambientais, no combate às alterações climáticas, e onde o setor dos transportes tem um papel importante com a transferência modal da rodovia para a ferrovia, que por poder ser alimentada por energia elétrica acaba por ser um transporte mais amigo do ambiente”, disse.
O responsável governativo explicou que o CIS “faz parte da ligação de alta velocidade de Lisboa a Madrid”, e que este novo troço “permitirá circular a mais de 250 quilómetros hora, em mais de 95% do seu trajeto,” possibilitando, com as obras que estão a ser realizadas do lado espanhol, “unir as duas capitais do ponto de vista ferroviário, aumentando assim a competitividade deste transporte”.
Para o secretário de Estado, a aposta na “Ferrovia é muito clara e este Corredor é um importante investimento”, elogiando o trabalho que a IP, “uma empresa de referência nacional”, tem vindo a desenvolver “na gestão do Programa Ferrovia 2020”, concluiu.
Vídeo completo do evento aqui
Corredor Internacional Sul – a sua importância estratégica
Na sua intervenção, José Carlos Clemente, diretor de Empreendimentos da IP, começou por destacar “a relevância estratégica do CIS à escala nacional, à escala ibérica, promovendo a ligação entre os portos de Sines, Setúbal e Lisboa com Espanha, e à Europa, com a integração de Portugal no Corredor Atlântico, ligando o nosso país a Espanha, França e Alemanha”.
Na sua apresentação, o responsável deu a conhecer os principais benefícios deste corredor:
- Redução de 140 km (extensão) e 3h30 (tempo de percurso);
- Redução de custos de transporte de mercadorias 50% (trajeto e comprimento dos comboios);
- 36 comboio de 400 m, atualmente, para 51 de 750 m após conclusão do projeto;
- 12 comboios após conclusão do projeto entre Évora- Elvas Caia para 36 comboios no ano horizonte (2049).
Em termos de grandes resultados a alcançar com este investimento, José Carlos Clemente salientou que, para além de se assegurar a ligação ferroviária entre o sul de Portugal e a Europa, pretende-se ainda:
- Aumentar a capacidade para 2,5 vezes a atual: de 36 comboios/dia com 400m para 51 comboios/dia com 750m de comprimento;
- Reduzir o tempo de trajeto, em consequência da menor distância percorrida e da utilização de comboios de tração elétrica;
- Reduzir a sinistralidade rodoviária com a eliminação de Passagens de Nível e com a transferência do modo rodoviário para o ferroviário;
- Reduzir o OPEX da IP em 0,17 M€ por ano e dos Operadores em 1,8 M€ por ano.
A importância da redução de custos e do tempo de percurso
No debate todos os convidados foram unânimes relativamente à “importância do CIS para o transporte de mercadorias”, tendo sido salientada “a mais-valia, em termos de competitividade, da redução dos custos e do tempo de trajeto, bem como na possibilidade de angariação de novos operadores”. O tema dos terminais foi também debatido, tendo sido destacada, entre outras ideias, a necessidade “de se garantir que este investimento termina dentro dos Portos”, evitando assim congestionamentos de comboios.
No comentário ao debate, António Nabo Martins, presidente executivo da APAT- Associação dos Transitários de Portugal, destacou “a construção de uma nova linha em Portugal, algo que não acontecia há 100 anos”, referindo que este investimento permitirá “ligar o mar à terra – interior de Portugal -, promovendo a coesão territorial”, com benefícios para as pessoas e empresas.
O responsável da APAT deu nota também da "importância da redução de custos e do tempo de percurso”, deixando o desafio de “se ver e pensar a forma como é feito o transporte ferroviário de mercadorias”, alertando para a importância das “relações de parceria entre as empresas exportadoras e as empresas transportadoras”, concluiu.
Aumento significativo da capacidade transporte
Carlos Fernandes, vice-presidente da IP, começou por destacar “o enorme investimento realizado no CIS no âmbito do programa Ferrovia 2020”, salientando a obrigação de “se aproveitar ao máximo esta nova infraestrutura para melhorar as condições do país, das empresas, a competitividade”.
O vice-presidente da IP realçou “o aumento significativo da capacidade transporte, com o incremento para 13 milhões toneladas por ano só em termos de ferrovia, sendo que atualmente a capacidade é de 10 milhões juntando a rodovia e ferrovia”.
Sobre a questão de se estar a construir só uma via, Carlos Fernandes explicou que “a plataforma está preparada para duas vias, tal como no lado espanhol, e a construção de uma só linha acontece porque há nesta fase capacidade suficiente para responder a toda a procura que se antevê a médio prazo”.
No mesmo âmbito, Carlos Fernandes abordou também a questão dos passageiros para dar nota de que “será possível viajar de Lisboa a Elvas/Badajoz em duas horas”, promovendo-se o desenvolvimento e a coesão territorial, permitindo ainda, com os investimentos que estão a ser realizados em Espanha, “ligar Lisboa a Madrid em cerca de cinco horas”, explicou.
Relativamente aos projetos a desenvolver no futuro, o vice-presidente da IP informou que a empresa já se encontra a “preparar diversos investimentos no âmbito do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI2030)”, existindo “projetos prontos para entrar em obra assim que seja aprovado o quadro comunitário”, ao contrário do que aconteceu no programa Ferrovia 2020 “que começou do zero após uma crise financeira”, concluiu.
Um investimento que permitirá a conclusão do Corredor Atlântico
Na sessão de encerramento do evento, Carlo Secchi, coordenador Europeu do Corredor Atlântico, elogiou o trabalho que está a ser realizado no CIS, "um investimento que permitirá a conclusão do Corredor Atlântico e que ligará Portugal ao sul da Alemanha”.
O responsável europeu destacou ainda que este corredor “é estratégico para unir a região do Alentejo à Extremadura espanhola, gerando novas oportunidades de desenvolvimento em regiões periféricas da Europa”, dando nota do trabalho da Comissão Europeia na preparação de “um pacote de apoios a investimentos – onde estarão incluídos alguns em Portugal - que poderão ser disponibilizados após o verão”, concluiu.
Fonte: Infraestruturas de Portugal
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